Nós Aceitamos
Este livro aponta para a diversidade de práticas letradas que conformam a realidade brasileira e confronta as grandes desigualdades existentes entre grupos, segundo sua origem social, escolaridade, inserção profissional, faixa etária, gênero, raça. Mostra também que a compreensão dessa complexidade e, principalmente, as possibilidades de mudança nas práticas letradas dos sujeitos são reais.
Ana Lúcia Silva Souza demonstra aqui a complexidade dos letramentos quando em meio a atividades culturais e políticas, nas interações por meio da linguagem no movimento cultural hip-hop, ela se alia a sujeitos que descobrem, localizam, apontam, propõem, agem e ensinam outros a agir. Nesse movimento, eles reinventam e conjugam os letramentos da vida e o da escola. Desse modo, em Letramentos de reexistência, vemos uma escola contestada, mas também deslocada a favor dos jovens, quando eles conseguem repensar e atribuir sentidos sociais à instituição.
Os objetivos deste livro:
Identificar no discurso dos ativistas selecionados aspectos que revelem o hip-hop como uma agência de letramento emergente.
Identificar nos discursos dos participantes da pesquisa as práticas de letramento próprias ao universo cultural hip-hop.
Discutir, a partir de uma abordagem enunciativo-discursiva, como são construídos, nas interações verbais, posicionamentos acerca dos modos como os sujeitos percebem a si mesmos como ativistas do movimento cultural hip-hop e como sujeitos letrados.
Contribuir para a compreensão das singularidades que informam o desenvolvimento de práticas sociais de usos da linguagem escrita e oral, em contextos sociais e culturais não escolares, e os possíveis efeitos desses engajamentos na configuração dos sujeitos como agentes comunitários de letramento.